quinta-feira, 29 de março de 2012

COMPREENDENDO O SIGNIFICADO DA VERDADEIRA PÁSCOA


COMPREENDENDO O SIGNIFICADO DA VERDADEIRA PÁSCOA

LEIA O TEXTO BASE: ÊXODO. 12:1-14;21-28 e 37-51

INTRODUÇÃO - A palavra Páscoa vem do hebraico “pasaq” e significa: “passagem”. Significava que o anjo da morte que viria fazer justiça, matando os primogênitos do Egito, passaria por cima da casa dos israelitas, que tivesse o sangue na porta, e o mal não lhe atingiria. Assim, a celebração da Páscoa tornou-se uma recordação anual de como Deus libertou o Seu povo da escravidão no Egito. Anualmente, eles fariam uma pausa para recordarem o dia em que o anjo destruidor poupou as suas casas, e agradeceriam a Deus por salvá-los da morte e liberta-los da escravidão.


O que a Páscoa significa para os crentes? A Páscoa é símbolo da passagem de uma vida de pecados, onde o homem está distante de Deus, para uma nova vida na presença de Cristo. Nós crentes também tivemos o nosso dia de libertação quando fomos salvos da morte espiritual e da escravidão do pecado. A morte de Cristo proporcionou-nos esta libertação: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16

Em que momentos nós lembramos da libertação dos nossos pecados? Na Santa-Ceia. Esta cerimônia foi instituída por Cristo no lugar da Páscoa. Jesus disse: “E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.” Lucas 22:19-20

Os Judeus ficaram cerca de 400 anos em regime de escravidão, no Egito. Quando partiram, eram 600 mil homens, sem contar as mulheres e as crianças. Foram aproximadamente 2 milhões de pessoas, que saíram do Egito e caminharam 40 anos num árido e difícil deserto rumo à liberdade.

I - O capítulo 12 de Êxodo traz-nos algumas informações especialmente importantes:

A) Êxodo 12:3  - “Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.” -  Cada pai de família escolheria um cordeiro para sacrificar. Deus queria envolver todos os Seus filhos. Antes da construção do tabernáculo  Deus tinha o sistema patriarcal que era a Sua igreja daquela época. Hoje Deus quer que todos nós participemos na sua igreja e obra. Temos aqui o princípio de comunhão e relacionamento com Deus.

B) Êxodo 12:4  – “Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro.” -  Se a família fosse pequena, o cordeiro deveria ser partilhado com outra família, para que não houvesse desperdício. Temos aqui o princípio da comunhão e do partilhar  com os nossos irmãos.

C) Êxodo 12:10 – “E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo.”
Os judeus não deviam guardar em depósitos nenhum alimento para a viagem para que aprendessem a depender da provisão de Deus enviada a cada dia. Temos aqui o princípio da dependência de Deus.

II -  Vamos examinar agora os principais elementos da Páscoa:

A) O Cordeiro – Êxodo 12:5  -  O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.” -  O povo deveria escolher um cordeiro perfeito que simbolizasse a perfeição de tudo que Deus realiza. Tinha que ser o melhor cordeiro, o mais saudável. Será que estamos oferecendo para Deus o melhor?

“O cordeiro devia ser preparado em seu todo, não lhe sendo quebrado nenhum osso; assim, osso algum seria quebrado do Cordeiro de Deus, que por nós devia morrer. Êxo. 12:46; João 19:36. Assim também representava-se a inteireza do sacrifício de Cristo.” Patriarcas e Profetas, 277

O sacrifício de Abel foi aceito, porque foi o melhor,  e foi realizado com fé. Queremos que Deus aceite as nossas orações e resolva os nossos problemas; porém, muitas vezes, não temos a mesma disposição para sermos fiéis a Deus,  vindo regularmente a Igreja, orando, sendo dizimistas comprometidos com a obra.

Quando Gideão convocou um exército para lutar contra os midianitas; como vemos em Juízes 7, Quantos soldados se prontificaram em ir à guerra? 32 mil pessoas se prontificaram. Mas, na visão de Deus este não era o melhor exército. Havia muita gente deste exército que não estava disposta a oferecer o melhor para Deus. Deus mandou voltar os medrosos e covardes, porque eles não estavam dispostos à oferecer o melhor. Voltaram 22 mil soldados e ficaram 10 mil. Na segunda prova que Deus fez, voltaram 9.700 pessoas e ficaram apenas 300. Em meio a 32 mil pessoas, Deus só pode contar com 300, que estavam dispostas a oferecer o melhor.

Abraão ofereceu o melhor que tinha à Deus: o seu filho Isaque.

Deus também ofereceu o que tinha de melhor para nós. O seu único filho. Acerca de Jesus, João Exclamou: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”  João 1:29.  

A Páscoa nos lembra, que Deus enviou o seu único filho ao mundo e o entregou por nós, para que morrendo em nosso lugar fossemos salvos. Se Deus foi e é capaz de fazer o melhor por nós;  e nós, estamos dispostos a fazermos o melhor por Ele? Se cada um usar o melhor de si, mesmo que o seu dom  pareça insignificante, poderá ser instrumento de bênçãos para quantos necessitam do Salvador.

Moisés tinha apenas um bordão; provavelmente feito de um galho seco de uma árvore qualquer, mas foi esse cajado que ele, em nome do Senhor, levantou para que o mar Vermelho se abrisse, e o povo de Deus passou a pé enxuto. Quando o povo sentiu uma incontrolável sede, foi com esse bordão que Moisés feriu a rocha em Refidim, e dela saiu água para saciar uma população inteira em pleno deserto. Ver Êxodo 14:16; 17:6

O jovem Davi tinha apenas uma simples funda, uma rudimentar atiradeira de pedras, quando se dispôs a enfrentar o gigante Golias perante os exércitos dos filisteus e dos israelitas. Davi partiu para o gigante e, em nome do Senhor, lhe atirou uma pedra que o derrubou e selou a sorte da batalha. Foi esse pequeno instrumento que Deus utilizou para envergonhar uma nação inteira e dar a vitória ao Seu povo. Ver I Samuel 17:49

Certa vez Jesus tinha uma grande multidão diante de Si, mas a hora estava adiantada e não havia como alimentar a todas as pessoas. Na verdade, havia apenas dois peixes e cinco pães oferecidos por um menino. Nas mãos daquele jovem, ou nas minhas mãos, cinco pães e dois peixes talvez produzissem apenas algumas sandes. Mas, nas mãos de Jesus, foram poderosamente multiplicados e alimentaram milhares.

A lição que aprendemos é esta: dê o melhor que tem para o Senhor, embora pareça insignificante, e Ele usará isto para a Sua glória. Não esconda o dom que Deus lhe deu, não retraia de abençoar as pessoas com o talento que possui. Antes, coloque-o nas mãos de Deus, faça o seu melhor, e o Senhor abençoará o seu intento.

Foi o que fez Maria, de Betânia. Jesus estava na casa de Simão, quando ela trouxe um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o vaso, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Alguns se indignaram, pois acharam que era um desperdício, pois se tratava de um perfume valioso, cujo custo importava em mais de 300 dias de trabalho; e murmuravam contra ela. Mas Jesus disse: “Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo”. E acrescentou: “Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua”. Ver Marcos 14:3-9

Maria deu o melhor que tinha para Jesus e ganhou um reconhecimento mundial que dinheiro nenhum compraria; e, ainda por cima, com a honra de ter ungido Jesus para a sua morte vicária. Que grande privilégio!

Jamais ofereça a Deus nada menos que o seu melhor, mesmo que aos olhos humanos possa parecer insignificante. Pois o valor do que você coloca nas mãos de Deus é decorrente da sua atitude. Uma atitude generosa faz toda a diferença e move a mão de Deus para abençoar a muitos. Você está oferecendo o seu melhor para Deus?

B) O Sangue. Êxodo 12:7 - E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.” - Deus mandou que o sangue fosse colocado em toda porta onde houvesse uma família de judeus. A marca do sangue do cordeiro impediria a atuação do mal naquelas casas. E de fato, onde estava a marca do sangue, não houve morte, nem destruição.

Nós necessitamos da marca do sangue em nossas vidas. No sangue de Cristo, encontramos o perdão para nossos pecados.

“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I João 1:7

O sangue do cordeiro, é símbolo de uma aliança que Deus estabelece conosco, que nunca será rompida. “…o sangue da nova aliança…”Mateus 26:28. Nenhuma situação da vida, poderá quebrar a nossa aliança com Deus. As vezes, somos tentados a achar que nossa aliança com Deus, pode ser quebrada. Mas, a nossa aliança no sangue de Cristo, é inquebrável.

É bom sempre bom pronunciar a frase: “O sangue de Jesus Cristo tem poder”. Há poder neste sangue.

C) Os Pães Asmos – Êxodo 12:8 - E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimo; com ervas amargosas a comerão.”  - O pão asmo era um pão sem fermento, exclusivo para a semana da Páscoa. Os judeus acreditavam que o fermento era símbolo de contaminação, por isso, os pães asmos simbolizavam pureza, e nos lembram a santidade e a pureza da Igreja de Cristo.

Em muitas circunstâncias o Diabo fermenta a Igreja com divisões, conflitos, falsas doutrinas. Ou então fermenta a família com brigas e discórdia. Ou até mesmo a nossa vida, com desânimo e frieza espiritual.

Lancemos fora todo o fermento que vem do maligno. Ira, mágoa, inveja, raiva descontrolada, palavras torpes, fofoca, críticas injustas, calúnias, São o fermento maligno que devemos rejeitar, em nome de Jesus, Assim dia a Palavra: “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.” I Coríntios 5:7-8

Quando lançamos fora o fermento velho, que vem do mal, então experimentamos um novo pão. Este pão,  desceu do céu. Jesus diz: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim, não terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.” João.6:35  E mais: “Se alguém comer deste pão viverá para sempre” João.6:51.

D) As Ervas Amargas - Êxodo 12:8 - E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimo; com ervas amargosas a comerão.” - As ervas amargas simbolizavam os sofrimentos e dificuldades do povo no cativeiro. Aos serem usadas, elas lembravam que a vida dos judeus era amarga no Egito. Lembram a vida amarga que tiveram no passado.

“O cordeiro devia ser comido com ervas amargosas, indicando isto a amargura do cativeiro egípcio. Assim, quando nos alimentamos de Cristo, deve ser com contrição de coração, por causa de nossos pecados.” Patriarcas e Profetas, 278

As ervas amargas faz-nos lembrar que  a vida do homem, sem Deus, é amargosa e cheia de fardos pesados. Lembre-se que uma raiz de amargura tira o sabor do prazer de viver, e assim, aos poucos, o desejo de vencer desaparece, a alegria se transforma em tristeza, as pessoas ficam sem forças para agir e ter iniciativas, os sonhos são sepultados em cavernas sombrias, o vigor de dias melhores se enfraquecem, a esperança é sufocada. O coração amargurado é sustentado por pensamentos e sensações de derrota.

Porém, devemos lembrar que a obra salvadora do Senhor cura toda amargura. E assim, o nosso passado pecaminoso já foi derrotado na cruz. E agora, nós vivemos em Cristo.

E) Páscoa para o Estrangeiro – Êxodo 12:48-49. - Porém se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa ao Senhor, seja-lhe circuncidado todo o homem, e então chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela. Uma mesma lei haja para o natural e para o estrangeiro que peregrinar entre vós.”
A salvação é para todo aquele que nele crê.

CONCLUSÃO – Em I Cor. 5:7 diz: “Cristo, a nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” Por isso, nós temos que agradecer a Deus por tudo que Jesus tem proporcionado para nós. Jesus realizou por você e por mim o maior ato de sacrifício que um homem poderia realizar na história. Assim todo sacrifício que fizermos por Ele ainda é pequeno. O maior sacrifício que podemos fazer por Deus e por sua obra ainda é pequeno, quando comparado com aquilo que Jesus fez por nós. Todos nós tivemos o nosso dia de libertação do Egito. Fomos livres do pecado. Nós experimentamos o cumprimento da promessa de Jesus de João 8:36: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Assim, a ceia do Senhor é a nossa Páscoa, por nos lembrar  da nova vida e libertação que alcançamos em Cristo. Dá próxima vez que você enfrentar lutas, lembre-se de como Deus o libertou no passado, e recorde acerca da promessa de uma nova vida que você tem com Cristo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Coríntios 5:17.

“A Páscoa devia ser tanto comemorativa como típica, apontando não somente para o livramento do Egito, mas, no futuro, para o maior livramento que Cristo cumpriria libertando Seu povo do cativeiro do pecado. O cordeiro sacrifical representa o "Cordeiro de Deus", em quem se acha nossa única esperança de salvação. Diz o apóstolo: "Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós." I Cor. 5:7. Não bastava que o cordeiro pascal fosse morto, seu sangue devia ser aspergido nas ombreiras; assim os méritos do sangue de Cristo devem ser aplicados à alma. Devemos crer que Ele morreu não somente pelo mundo, mas que morreu por nós individualmente. Devemos tomar para o nosso proveito a virtude do sacrifício expiatório.” Patriarcas e Profetas, 277

Feliz verdadeira Páscoa!

Luís Carlos Fonseca


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