terça-feira, 27 de outubro de 2015

Anjos Cavaleiros

Anjos Cavaleiros

O Senhor o guiará constantemente; satisfará os seus desejos numa terra ressequida pelo sol e fortalecerá os seus ossos. Isaías 58:11
Havia uma história que, enquanto eu crescia, Opa ("avô", na língua alemã) nos contava com frequência, a princípio, quando estávamos desanimados e, à medida que ficávamos mais velhos, quando nossa fé era testada.
Opa, Orna ("avó") Hann e suas três meninas, Irene (minha mãe), Elsie e Hilda, moravam na Alemanha durante a época em que Hitler estava no poder. A família já havia perdido entes queridos; assim, quando veio a notícia de que os soldados de Hitler cercariam os judeus em sua cidade, Opa soube que era tempo de levar a família para longe, bem longe. Embora não fossem judeus, eram cristãos guardadores do sábado, e seriam incluídos no cerco iminente, se permanecessem. Então, Opa reuniu a família, incluindo seus irmãos e respectivas famílias, para discutir como deveriam escapar. Concluíram que os trens não mais eram seguros, já que haviam tomado conhecimento de histórias de pessoas que tinham usado esse recurso e acabaram em campos de concentração ou, pior ainda, em câmaras de gás. Após muita discussão, decidiram que o melhor meio de transporte seriam carroças puxadas por cavalos.

Tarde, certa noite, as crianças foram colocadas nas carroças. Depois, as mulhe­res trouxeram os suprimentos necessários para uma longa viagem e embarcaram. Foi uma noite longa e fria e, ao aproximar-se o romper da manhã, tiveram que viajar por um desfiladeiro estreito, com altas montanhas de cada lado. Era uma região perigosa, notória por ataques de bandidos. Pouco antes de chegar a esse temível desfiladeiro, Opa fez com que parassem as carroças e pediu que todos os que estivessem acordados se ajoelhassem com ele para orar a Deus pedindo proteção. Depois de se levantarem, um dos homens disse, solenemente: "Estamos sendo seguidos." Todos olharam para trás e viram vários soldados cavalgando na direção deles, montados em régios cavalos brancos. Os primeiros dois soldados se aproximaram mas, em vez de parar, passaram adiante deles, sem dizer uma palavra, e acenaram para que as carroças os seguissem. Todos fizeram o que lhes fora ordenado. Outros soldados vinham atrás.
Ainda estava muito escuro, e todos sentiam sobre si os olhos de alguém por trás das rochas e arbustos. Entretanto, com a guarda de soldados à frente e atrás, nenhum dos bandidos ousou abordá-los. Quando a família se virou para agradecer seus acompanhantes, os viram se afastando e, um momento depois, os soldados e cavalos desapareceram. Naquele momento a família entendeu que tinha viajado com anjos!
Toda vez que sou tentada a duvidar de que Deus está no controle, simplesmente relembro a maravilhosa história do vovô sobre os anjos cavaleiros.
Autora: Ruth Vasconcellos Stavenhagen

Luís Carlos Fonseca

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