quarta-feira, 9 de novembro de 2016

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 10 (4º trimestre de 2016) A CÓLERA DE ELIÚ

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 10 (4º trimestre de 2016) A CÓLERA DE ELIÚ

VERSO ÁUREO: “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” Isaías 55:9

INTRODUÇÃO (sábado 26 de novembro) – A lição de hoje aborda os argumentos do quarto amigo de Jó; Eliú. Eliú fez quatro discursos estando relatado o primeiro discurso de Eliú em Jó 32:1 até 33:33, o segundo em Jó 34:1-37,  o terceiro em Jó 35:1-16 e o quarto em Jó 36 e 37. Logo no início Eliú foi estimulado à entrar na discussão. Ver Jó 32:1-5.  Depois da pausa no debate entre Jó e seus amigos, apareceu Eliú, que não tinha sido mencionado anteriormente no livro, mas que ouviu a conversa entre Jó e seus amigos e em respeito à idade avançada dos três amigos e de Jó, Eliú ficou calado, mas depois entrou para defender Deus e condenar os quatro. Mas Deus precisa de defensores?

Por que Eliú ficou irado com Jó? Porque Jó estava mais interessado em justificar-se do que em afirmar a justiça de Deus: “E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus.” Jó 32:2. Eliú também ficou irado contra os três amigos porque eles tinham condenado Jó, quando não tinham uma resposta para o dilema do patriarca: “Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos, porque, não achando que responder, todavia condenavam a Jó.” Jó 32:3.

Eliú conseguiu se conter para não entrar na discussão até que os mais velhos tivessem falado, mas, nem sempre a idade é sinal de sabedoria: “E respondeu Eliú, filho de Baraquel, o buzita, dizendo: Eu sou de menos idade, e vós sois idosos; receei-me e temi de vos declarar a minha opinião. Dizia eu: Falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria. Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido. Os grandes não são os sábios, nem os velhos entendem o que é direito.” Jó 32:6-9.

Eliú tinha ouvido atentamente as palavras dos amigos, mas eles não tinham convencido Jó e ele os alertou do erro em afirmar que somente Deus poderia responder a Jó: “Assim digo: Dai-me ouvidos, e também eu declararei a minha opinião. Eis que aguardei as vossas palavras, e dei ouvidos às vossas considerações, até que buscásseis razões. Atentando, pois, para vós, eis que nenhum de vós há que possa convencer a Jó, nem que responda às suas razões; para que não digais: Achamos a sabedoria; Deus o derrubou, e não homem algum.” Jó 32:10-13.

Eliú disse que não usaria os argumentos ineficazes dos amigos: “Ora ele não dirigiu contra mim palavra alguma, nem lhe responderei com as vossas palavras.” Jó 32:14. Eliú apareceu depois dos três amigos de Jó terem falado, mas falou com mais propriedade sobre o sofrimento de Jó. Embora os quatro tivessem a ideia pagã sobre o sofrimento; de que Deus castiga os pecadores, Eliú foi não foi mais suave com Jó e seguiu a mesma linha de pensamento dos outros amigos dizendo que Jó falou como ímpio e deveria ser punido como tal: “Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos.” Jó 34:36. Eliú também acusou Jó de rebelião e irreverência para com Deus: “Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.” Jó 34:37

No terceiro discurso de Eliú, este amigo de Jó fala das palavras que o patriarca tinha proferido contra Deus e a pressa de obter as respostas de Deus, ou seja; Jó estava lutando contra a justiça de Deus. A ansiedade de Jó em ter o seu problema resolvido foi criticada por Eliú. Jó estava correto no que pensava, mas por causa dessa impaciência almejava encontrar-se com seu Deus entrando em sua presença e demonstrando para ele que ele não estava errado. Jó estava ansioso e desejoso de entrar na presença de Deus para provar-lhe sua justiça. Eliú tinha razão, pois Jó tinha que esperar Deus agir no Seu momento.

No capítulo 23 Jó alegou que Deus estava indiferente para com a sua situação, e no terceiro discurso Eliú replicou isso aconselhando Jó que nos momentos de aflição, os justos não devem se esquecer das dádivas maravilhosas que Deus tem dado aos seus filhos. Eliú estava certo em seu raciocínio relacionado à gratidão, que muitas vezes falta em nós, principalmente quando estamos passando por sofrimentos e dor.

DOMINGO (27 de novembro) CONSOLADORES MISERÁVEIS – A lição de hoje mostra os quatro amigos de Jó expressando bons argumentos sobre Deus, como fé; sofrimento, vida, morte, pecado, castigo de Deus e a efemeridade da vida humana. Mas, mostra que os amigos de Jó foram péssimos como consoladores. Mesmo Jó tendo demonstrado fé em Deus os amigos não levaram em conta esse fator positivo sobre o patriarca e emitiram as suas opiniões sobre Jó. Jó disse: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele. Também ele será a minha salvação; porém o hipócrita não virá perante ele.” Jó 13:15,16.

De início os amigos de Jó foram impecáveis. Quando ficaram sabendo que Jó estava sofrendo luto, perdas e dores físicas, logo foram visitá-lo. Foram juntos com o propósito de condoer-se e consolá-lo: “Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita; e combinaram condoer-se dele, para o consolarem.” Jó 2:11. E ficaram penalizados de Jó quando; “levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram. Jó 2: 12. Mas, depois que Jó, após os sete dias de silencio falou, eles abriram a boca não para condoerem-se da dor e perdas de Jó, mas para apontarem o dedo ao patriarca. Por isso, foram péssimos consoladores.

O primeiro amigo de Jó a falar foi Elifaz, o temanita por que era da região de Temã. O seu discurso foi baseado na experiência de vida, relembrando exemplos bons da vida de Jó. Ver Jó 4.3-4, bem como momentos ruins. Ver Jó 22:7-10.Os três discursos de Elifaz estão nos capítulos 4, 5, 15 e 22 do livro de Jó. E disse que se Jó passava por problemas era porque era um pecador e Deus o estava punindo.

O segundo amigo de Jó foi Bildade, que tentou consolar Jó. O argumento dele foi quanto às vaidades do mundo, mostrando à Jó que tudo passaria. Os três discursos de Bildade estão nos capítulos 8, 18 e 25 do livro de Jó e mostram que se preocupava muito com as vaidades dos seres humanos. E deu a entender que Jó sofria porque era vaidoso e pecador.

O terceiro amigo de Jó foi Zofar, e o seu discurso foi legalista. Ele  acusou Jó de estar pagando pelos próprios erros. Não se importava com o sofrimento de seu amigo, preferindo assistir mais um julgamento de Deus condenando-o por seus pecados. Os dois discursos de Zofar estão nos capítulos 11 e 20 de Jó.

O último amigo de Jó foi Eliú, que parece ter chegado depois, ou não foi citado antes porque era mais jovem que os outros. Ver Jó 32:4 e 6. Eliú era educado e esperou a sua vez de falar, como vimos na lição de ontem , mas ficou nervoso “contra os três amigos, porque, mesmo não achando eles o que responder, condenavam a Jó.” Jó 32:3. Também se irritou com Jó por ter caído nas argumentações de seus três amigos tentando se defender pela sua própria experiência, vaidade e legalismo. Ver Jó 32:2, pois isto seria auto justificar-se diante de Deus, ao invés de buscar a Sua Salvação Os quatro discursos de Eliú estão nos capítulos 32, 33, 34, 35,  36 e 37.

Onde os amigos de Jó falharam na tentativa de o consolarem? Eliú reconhece as suas limitações sentindo-se constrangido, mas declara que não sabia lisonjear, ver Jó 32:22, e que era humilde com sinceridade do seu coração, ver Jó 33:3. Eliú reconheceu como todos são pequenos diante de Deus e precisam se arrepender. Eliú descreveu a soberania e perfeição de Deus acima de todas as coisas, ver Jó 36:24-33, e por isso todos deviam se render ao Senhor, ver Jó 37:1-23, Ao perceber a arrogância dos três amigos, vê que estavam mais preocupados em se mostrar sábios, do que em ajudar Jó. Eliú foi o melhor dos amigos na tentativa de consolar o amigo Jó.

Quando estamos diante de pessoas de luto não podemos tratar a pessoa com indiferença e fingir que nada aconteceu. Devemos expressar os nossos sentimentos de forma simples pela dor que está passando. Devemos dirigir palavras simples e diretas como; eu sinto muito por sua perda, meus pêsames ou, meus profundos sentimentos. Há pessoas que deixam de dizer o básico porque acham que precisam elaborar frases muito especiais, quando uma breve expressão já é um gesto suficientemente delicado e bem recebido. É muito importante abraçarmos a pessoa e oferecermos os nossos préstimos para ajudar no que for preciso. Jamais devemos ser consoladores miseráveis com os amigos de Jó foram.

SEGUNDA-FEIRA (28 de novembro) A ENTRADA DE ELIÚ – A lição de hoje relata o primeiro discurso de Eliú que está em Jó capítulos 32 e 33. Desde o capítulo 26 até o 31, Jó apresentou a sua defesa dizendo que não tinha feito nada de errado para merecer tanto sofrimento. Jó representa toda a humanidade que, de alguma maneira, sofre os infortúnios desta vida sem uma causa aparente. Mas sabemos que muitos dos sofrimentos, porque passamos, tem a origem nas nossas péssimas escolhas. Em todo o argumento de Jó encontramos a defesa de uma vida justa diante de Deus e que não merecia tanto sofrimento.

Logo que Jó terminou de falar, entrou Eliú com a sua forte argumentação. Qual foi a tónica do argumento de Eliú? Ele disse que Jó estava mais interessado em justificar-se do que em afirmar a justiça de Deus. Veja o texto: “E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus.” Jó 32:2. 

Eliú ficou irado contra os três amigos também porque eles tinham condenado Jó quando não tinham uma resposta para o dilema do patriarca: “Também a sua ira se acendeu contra os seus três amigos, porque, não achando que responder, todavia condenavam a Jó.” Jó 32:3.

E vemos que Eliú explica a sua intervenção na discussão. Ver Jó 32:6-14. Ele tinha se segurado para não entrar na discussão até que os três amigos, que eram mais velho do que ele, tivessem falado. Mas,  tinha ficado claro que idade não garantia sabedoria alguma. Ver Jó 32: 6-9. Eliú deu ouvidos aos amigos, mas eles não tinham convencido Jó e ele os alertou do erro em afirmar que somente Deus poderia responder a Jó. Ver Jó 32:10-13. Eliú disse que não usaria os argumentos ineficazes deles. Ver v 14. Eliú declarou a sua ansiedade por falar. Ver Jó 32:15-22.

Dos amigos de Jó, Eliú foi o que mais se aproximou da compreensão correta da teologia do sofrimento humano. Como Eliú havia presenciado a conversa, ele estava descontente e chateado com as palavras de Jó e de Seus amigos. De um lado, os amigos de Jó o acusavam de pecados e do outro, Jó insistia mais em querer provar a sua inocência do que em continuar a crer na justiça de Deus. Quanto à falha dos três amigos era que mesmo não encontrando culpa em Jó, insistiam em acusá-lo. Ver Jó 32:3.

Eliú utilizou-se de toda a humildade para falar. Ele era mais consciente e humilde do que os outros amigos de Jó. Até ali Jó não tinha sido tratado pelo seu nome, e Eliú começou seu discurso resgatando o nome de Jó. O seu primeiro discurso pode ser dividido da seguinte forma: A defesa de Eliú, Jó 32:6-14, uma reflexão em voz alta, Jó 32:15-22. E palavras de aconselhamento para Jó. Ver Jó 33:1-33. Ele nota o silêncio dos amigos e diz: "...declararei minha opinião." Vs 15-17. Eliú foi inspirado por Deus para passar algum conhecimento à Jó e a nós sobre o sofrimento humano. Logo de início Eliú repreendeu Jó porque ele havia sugerido que Deus precisava explicar seus atos; Deus não precisa prestar contas ao homem. Ver Jó 33: 12-13. Eliú afirmou que Deus fala ao homem com o propósito de instruí-lo, vs 14-18, sugeriu também que Deus usa a dor para castigar e ensinar os homens, vs. 19-30. Eliú disse ainda que Deus mostra Sua graça revelando ao homem aflito a razão de seu sofrimento e preservando o homem da morte. vs 23-26. Disse ainda que o homem castigado por Deus e arrependido, confessará seus pecados, ao reconhecer a misericórdia de Deus. Jó 33: 27e 28.

TERÇA-FEIRA (29 de novembro) A DEFESA DE DEUS FEITA POR ELIÚ – A lição de hoje menciona o segundo discurso de Eliú. Se lermos com atenção Jó 34:10-30 vamos ver Eliú afirmando a justiça de Deus em relação aos pecados de Jó. Eliú não foi diferente dos seus amigos na defesa de Deus. No argumento de Eliú era impensável que o Deus Todo-Poderoso cometesse algum erro, e fala à Jó que Deus recompensa os homens de acordo com suas obras. Ver Vs 10-12. Eliú argumenta também que se Deus agisse egoistamente, o homem pereceria rapidamente porque o homem depende em todos os momentos da bondade de Deus. Vs. 13-15. Os argumentos dele estão certos, mas foi mencionado para Jó, que estava de luto.

Deus precisa ser defendido? Deus é Deus independentemente daquilo que falamos sobre Ele. O caráter de Deus não vai ser alterado por conceitos emitidos sobre Ele. Os quatro amigos revelavam, de certa forma, medo de que Deus não fosse poderoso e capaz de salvar, logo defenderam Deus. Mas, com certeza, eles desenvolviam um pensamento correto sobre a soberania de Deus. Eliú menciona que Deus é superior aos humanos e que os ímpios não estão escondidos de Deus, pois Deus os aniquila quando quer. Ver Jó 34: 21-28. Eliú defende Deus dizendo que ninguém é capaz de resistir ao Seu julgamento. Ver vs. 29 e 30. Eliú mostra que Deus não está sujeito ao homem. Vs. 31-33.

Pense em quantas vezes você procurou defender Deus. Algumas vezes saímos ferindo pessoas por palavras e atos para defendermos Deus, dentro daquilo que achamos ser direito, mesmo os nossos argumentos não estando de acordo com a Palavra de Deus.  Veja como Pedro tentou defender Deus com suas próprias forças: Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo-sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu? João 18:10-11.

Neste texto Jesus estava sendo preso pelos servos do sumo-sacerdote, e Pedro, indignado com a situação, colocou-se na frente de Jesus, e lutou com espada para defender o Mestre. Em outros termos, você já agiu assim alguma vez? Por melhor que fossem as intenções de Pedro, se o seu objetivo tivesse sido alcançado, Jesus não teria morrido na cruz e o mundo estaria perdido. É muito comum agirmos como Pedro agiu.

O Deus Soberano precisa ser defendido?  Deus não precisa de advogados e sim de discípulos obedientes à Sua Palavra. Algumas vezes esquecemos que Deus é soberano e está no controle de tudo o que acontece conosco. Não morre um pássaro sem o conhecimento de Deus, e todas as nossas lágrimas são recolhidos por Deus. Ver Salmo 56:8. Portanto, a lição de hoje nos ensina que devemos aceitar as coisas que acontecem na nossa vida sem a necessidade de defendermos Deus, ferindo pessoas, como foi o caso e Eliú.

Veja alguns argumentos que Eliú usou para com Jó para defender Deus: “Neste mundo não há ninguém como Jó, para quem é tão fácil zombar de Deus como beber um copo de água. Ele anda com homens maus e se ajunta com gente que não presta.” 34:7

“Se você não aceita o que Deus faz, como espera que ele faça o que você quer?” 34:33

“Jó é pecador, um pecador rebelde. Na nossa presença, zomba de Deus e não pára de falar contra ele.” 34:37.

“Jó, você não tem o direito de dizer que para Deus você é inocente.” 35:2.

“Não adianta nada continuar o seu discurso; você fala muito, porém não sabe o que está dizendo.” 35:16

“Você está sofrendo por causa da sua maldade; cuidado, não se volte para ela!” 36:21

QUARTA-FEIRA (30 de novembro) A IRRACIONALIDADE DO MAL – Os amigos de Jó foram infelizes ao tentarem dar uma explicação para o sofrimento de Jó. Existe uma razão para isso; o mal não faz sentido!

Ellen White oferece-nos um excelente comentário sobre a origem do pecado: “É impossível explicar a origem do pecado de maneira a dar a razão de sua existência. Todavia, bastante se pode compreender em relação à origem, bem como à disposição final do pecado, para que se faça amplamente manifesta a justiça e benevolência de Deus em todo o Seu trato com o mal. Nada é mais claramente ensinado nas Escrituras do que o fato de não haver sido Deus de maneira alguma responsável pela manifestação do pecado; e de não ter havido qualquer retirada arbitrária da graça divina, nem deficiência no governo divino, para que dessem motivo ao irrompimento da rebelião. O pecado é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar-se causa para a sua existência, deixaria de ser pecado. Nossa única definição de pecado é a que é dada na Palavra de Deus; é: “quebrantamento da lei”; é o efeito de um princípio em conflito com a grande lei do amor, que é o fundamento do governo divino.” O Grande Conflito, 492.

Quem é o primeiro responsável pelo pecado e sofrimento humano? Devemos nos limitar apenas sobre aquilo que nos está revelado sobre a origem do mal. Agora sabemos, pela Palavra de Deus, aquilo que nem Jó e nem os seus amigos sabiam, que o mal foi originado por Lúcifer ainda no céu, e, depois que se tornou em Satanás; tentou Eva e Adão e estes propagaram o pecado à toda a raça humana.

Hoje os homens que usam o livre arbítrio para fazem péssimas escolhas, colhem as consequências disso, Deus usa o sofrimento humano para dispensar o Seu amor e graça para suportarmos e o sofrimento, a dor e a morte terão um fim quando Jesus voltar. Foi por isso que os amigos de Jó não conseguiram ser exatos na explicação da origem do mal e do sofrimento de Jó. Embora eles tivessem falado muitas coisas certas, alguns pontos ficaram por serem explicados.

Por que o mal é irracional? Você consegue explicar como um anjo santo, no paraíso, caiu em pecados? Você pode falar do livre arbítrio com que fomos criados, mas sempre fica a resposta a desejar, pois não conseguimos conceber a ideia do pecado ter iniciado no céu. Antes da manifestação do mal, havia paz e alegria por todo o universo. Tudo estava em perfeita harmonia com a vontade do Criador. O amor a Deus era supremo; imparcial, o amor de uns para com outros. E como o mal entrou lá? Por mais que você tente explicar as pessoas não vão entender. Veja Ezequiel 28:12-17 sobre a queda de Lúcifer.

O mal é irracional porque não temos respostas adequadas para a origem e continuação do mal. O problema da dor e do sofrimento é um argumento usado pelos ateus para eliminar Deus do pensamento humano. Diz a Bíblia: "Diz o néscio no seu coração: Não há Deus.” Salmo 14:1. C.S. Lewis, disse que o sofrimento é a arma mais poderosa do ateísmo contra a fé cristã. Toda a ciência verdadeira e a história, se bem entendidas, apoiam a existência de Deus. Mas, muitas pessoas eliminam Deus porque não compreendem e nem aceitam o sofrimento humano, especialmente de pessoas inocentes. Por que pessoas inocentes sofrem e morrem precocemente?

Temos a promessa de que o céu será um lugar de plena paz. O céu é um lugar de "não mais". No céu, não vai ter mais lágrimas, dores, sofrimentos, separação e morte. Ver Apoc. 21:4 e 6 . A melhor coisa sobre o céu é a presença do nosso Senhor e Salvador Jesus. Estaremos face a face com o Cordeiro de Deus, que tanto nos amou e Se sacrificou para que pudéssemos gozar de Sua presença por toda a eternidade.

Como sabemos que o céu é e será um lugar de perfeita paz, se foi no céu que todo o mal porque passamos, teve o seu início? Temos as promessas de Deus de que, depois dos milênios de pecados, todo o mal será erradicado e em vista do grande amor de Deus, demonstrado na maneira como efetuou o juízo nas suas várias fazes, e os salvos serão eternamente atraídos por seu grande amor e, por isso, não ousarão cometer pecador. Saberão que o pecado não compensa. A liberdade de escolha com que somos criados dará aos salvos a liberdade de permanecerem próximos de Deus, e sem cometer pecados.

QUINTA-FEIRA (1º de dezembro) O DESAFIO DA FÉ – Jó e seus amigos agiram pela fé em face do sofrimento, pois não conheciam o que estava acontecendo com eles. Todas as tentativas para explicar o mal e o sofrimento na vida de Jó tinham falhado e eles olhavam “como em espelho em enigma”, ver I Cor. 13:12 e tiveram que esperar o resultado em Deus. Especialmente Jó manteve sua fé em Deus de forma muito difícil, pois ele tinha um íntimo relacionamento com Deus e sabia que Deus não envia o mal, mas também não sabia que o mal vinha de Satanás. Por isso Jó exerceu tremenda fé em Deus.

Qual é o desafio da fé?  Fé é acreditar naquilo que não conseguimos enxergar com os olhos físicos. Ver Hebreus 11:1. Embora não sabendo aquilo que acontecia com Jó, o patriarca demonstrou muita fé. Veja estes textos: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele. Também ele será a minha salvação…” Jó 13:15 e 16.

“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior.” Jó 19:25-27.

A história de Jó ensina-nos a vivermos pela fé e não pelo que vemos. Jó sabia que o seu sofrimento era uma prova de fé no Senhor e do seu amor por Ele. Jó conhecia Deus como Abraão conhecia e a  prova da sua fé foi semelhante a de Abraão, quando lhe foi ordenado sacrificar seu filho Isaque. A firmeza de Jó, em confiar em Deus diante de todo o sofrimento, baseava-se em sua obediência fiel no passado, seu amor à Palavra de Deus e seu reverente temor a Deus.

Jesus Cristo também foi provado pelo sofrimento que suportou: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.” Hebreus 5:8. Por isso, Jesus serve de padrão e exemplo para todos nós: “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” I Pedro 2:21.

Jó é um dos maiores exemplos de fé que temos relatado na Bíblia. Ele apegou-se a Deus de tal maneira que nada o separou da Sua Palavra. Sua determinação inabalável de manter a sua integridade e de permanecer fiel a Deus não tem paralelo na história da salvação dos fiéis. Nenhuma tentação, nenhum sofrimento e nem mesmo o aparente silêncio de Deus o afastou do seu Criador. Jó recusou-se a blasfemar contra Deus e morrer. Ver Jó 2:9.

Assim também você e eu devemos manter a firme resolução de nunca apartar-nos da obediência a Deus e amar a Palavra de Deus mais do que o pão de cada dia: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.” Salmo 40:8. Com firme convicção, devemos continuar resolutos na fé em Cristo até o final. Nunca devemos recuar e abandonar a fé, mas devemos permanecer fiéis à Palavra de Deus e ao Seu amor.

Veja estes textos: “Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.” Colossenses 1:23.

“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” Filipenses 1:6.

“Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” I Coríntios 10:12,13

“O plano da tentação de Satanás é sempre o mesmo. Enquanto tudo é prosperidade, as pessoas acham que possuem fé. Mas quando vem o sofrimento, a tragédia ou o desapontamento, perdem o ânimo. A fé que depende das circunstâncias ou do ambiente, que só vive quando tudo corre bem, não é fé genuína. Em seu desgosto, Moisés clamou ao Senhor. Era isso que os filhos de Israel, tão recentemente libertados, deveriam ter feito. O Senhor ouviu o clamor de Seu servo, contra quem havia o povo proferido coisas tão amargas. Mostrou a Moisés uma árvore que, ao ser lançada na água, tornou-a doce. Não foi a virtude da árvore que transformou as águas amargas em doces; foi o poder dAquele que estava encoberto pela coluna de nuvem, dAquele que pode fazer todas as coisas.” Ellen White, Cristo Triunfante, 113

Você tem confiado em Deus mesmo não compreendendo as suas desilusões e sofrimento?

SEXTA-FEIRA (2 de dezembro) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 10 (4º trimestre de 2016) A CÓLERA DE ELIÚ – Sabemos que Jó era homem justo, temente a Deus e que se desviava do mal, foi assim que Deus falou e testemunhou dele à Satanás. E ele era mesmo essa pessoa, por isso se defendia e ficava irado contra seus amigos que insistiam em acusá-lo. O problema todo com Jó consistia em sua exagerada valorização de sua dor como alguém que gostaria que as pessoas tivessem mais compaixão dele e o deixassem em paz e não ficassem acusando ele e colocando ainda mais peso sobre os seus ombros. E ele tinha razão.

Eliú assegura a Jó os bons propósitos de Deus no seu sofrimento e o adverte severamente a se apegar com firmeza à esperança de ser livrado da aflição. Eliú, Depois de corrigir Jó, defendeu Deus e o Seu poder, Sua bondade, Sua justiça e misericórdia. Ver o que chamam de quarto discurso de Eliú em Jó 36: 4-15.

O sofrimento pode ajudar. Na verdade, ninguém deseja sofrer e também ninguém quer sair de sua zona de conforto. E, todas as vezes que sofremos, somos obrigados a reagir a dor. Eu acredito que quando sofremos é porque fazemos más escolhas ou porque Deus deseja que nos aproximemos mais dele. Eliú disse que Jó estava sofrendo, mas que depois ele receberia a bênção de Deus. Deus é bom, apesar de nossos sofrimentos, precicisamos confiar mais em Deus: "Ao aflito livra da sua aflição, e na opressão se revela aos seus ouvidos. Assim também te desviará da boca da angústia para um lugar espaçoso, em que não há aperto, e as iguarias da tua mesa serão cheias de gordura.” Jó 36:15 e 16. Deus permite o sofrimento para o nosso próprio bem: “Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem.” I Pedro 4:19. 

Nos discursos de Eliú encontramos os propósitos divinos diante do sofrimento humano. Em Jó 36:5 e 6, Eliú se volta agora à sua tese inicial acerca da soberania de Deus; ele menciona que os caminhos de Deus estão além da compreensão humana, e Jó foi exortado a colocar o seu sofrimento e a sua confusão ao lado de um reconhecimento da supremacia de Deus: “Eis que Deus é mui grande, contudo a ninguém despreza; grande é em força e sabedoria. Ele não preserva a vida do ímpio, e faz justiça aos aflitos.” Jó 36:5,6

A soberania de Deus é um assunto muito importante para ser estudado e é um do meus assuntos preferidos da Bíblia. É importante saber que Deus tem todas as coisas sob o Seu controle. Mesmo as tragédias, sofrimentos e dor, porque passamos, não fogem ao controle de Deus. O livre-arbítrio também é muito importante no contexto da compreensão do sofrimento e da soberania de Deus. Deus não nos criou como robôs e somos livres para aceitarmos ou não a soberania de Deus na nossa vida. E no contexto da soberania de Deus, Ele não necessita de quem O defenda como Eliú, mas sim de pessoas que O obedeçam como Jó.

“Quando vem a prova para testar-nos, quando não podemos ver diante de nós um aumento de prosperidade e conforto, mas uma provável redução dessas coisas, quando há uma pressão exigindo sacrifício da parte de todos, como receberemos as insinuações de Satanás, de que teremos um período difícil, de que tudo se fará em pedaços, de que nos vem pela frente um penoso infortúnio? ... Devemos juntar os fragmentos dos penhores e bênçãos do Céu, definitivamente, dizendo: Senhor, creio em Ti, em Teus servos e em Tua obra. Em Ti confiarei.” Carta 49, 1896. Ellen White, Cristo Triunfante, 114


Luís Carlos Fonseca

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